quinta-feira, 15 de julho de 2010

De terras cariocas...

Toc..toc...toc...Posso entrar?

A janela se abria para um céu limpo e um vento nostálgico, desses que só o inverno pode oferecer.Ela se abria pro mundo, pro seu mundo, pro mundo que o acolhia dentro daquela casa.Tudo  parecia ter vida,alma, e lembro-me de ter visto muita cor também. As cores vinham das estantes, que eram repletas de livros . Livros grandes, finos, grossos, pequenos. Livros que falavam sobre amor, arte, maravilhas naturais do mundo...Tudo ali se fazia essencial, cada peça montava um quadro de formas únicas.
E,não posso esquecer, o vinho tinto e o sofá na frente da TV.
Era um bom lugar para voltar. Para voltar depois de um dia cheio, depois de uma noite longa, depois de ter pego muita chuva,  depois voltar e tirar os sapatos. Porque, me diga, existe algo mais confortante que chegar em casa e poder tirar os sapatos?
Existe algo melhor que , poder no silêncio escrever algumas palavras sem sentido e depois de fazer o almoço lembrar que elas talvez possam compor o mais belo texto do mês? 
Lembro de ter sonhado com tudo isso. Com cores, livros, livros,livros, tapetes, cortinas, jazz, luz e um cheiro pessoal. Não me recordo do cheiro.Mas o incenso estava lá, perfumando a casa do poeta.

De repente acordei do sonho. O vento continuava o mesmo, o céu ainda mais azul. Existiam mais livros do que eu supunha , e o incenso continuava a perfumar. E o poeta . Ele esta lá, sem sapatos, escrevendo versos de amor, inventando em suas alucinações. Procurando versos antigos entre tantos outros sobre sua mesa desarrumada.

Um comentário:

  1. Oi Karina,
    Nada como as palavras certas pra nos levar pra casa.
    Adorei.
    Beijos

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